O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública para obrigar o governo federal a reparar os estragos na ponte Gumercindo Penteado, na divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais. Há anos, os moradores de Colômbia (SP) e Planura (MG) e motoristas cobram melhorias na estrutura de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Segundo o MPF, o DNIT e a União já apresentaram defesa no processo, mas não abordaram a questão do risco. As informações são de que as obras devem começar em 30 dias.
A ponte sobre o Rio Grande apresenta vários buracos e oferece riscos à segurança dos usuários. Ciclistas e pedestres convivem com a mureta de proteção quebrada e ferragens expostas. A estrutura tem 64 anos, 800 metros de extensão e a altura chega a oito metros do nível do rio.
O motorista Valdir da Silva de Jesus e a funcionária pública Márcia Silva moram em Colômbia. Eles costumam fazer a travessia a pé, mas precisam driblar pedras soltas e muretas aos pedaços para chegar ao destino. “A ponte está mal conservada, está muito ruim. Está com os corrimãos quebrados há anos”, reclama o motorista.
“A ponte está péssima. Faz 40 anos que a gente mora aqui e dá medo. Tive que pular as pedras. Dá medo, cheguei a tremer na base”, afirma Márcia.
O engenheiro civil Alberto Wagner Thomé afirma que a estrutura de sustentação da ponte é considerada boa, mas ela precisa de manutenção. “Tem segurança estrutural na base, nas fundações, nos pilares. A reivindicação é a estrutura em cima dela”, diz.
Quem passa pelo local nota o estado precário causado pelo tempo. O engenheiro afirma que, caso a manutenção seja constante, a ponte não sofrerá abalos. Caso contrário, em poucos anos, a falta de cuidados poderá afetar a estrutura.
“Se não fizer manutenção, ela vai deteriorar e afetando a estrutura da ponte, as ferragens podem apodrecer, aí afeta a estrutura.”, analisa o engenheiro.
Bióloga e coordenadora de Planejamento da Defesa Civil de Colômbia, Maria Inácia Macedo Freitas, reforça que a situação é muito perigosa. “Temos tráfego de pedestres e trânsito intenso na rodovia. Há risco de uma pessoa cair no rio e falecer, como já aconteceu”, diz.
Ela lembra que o local é muito utilizado por pescadores das duas cidades. “Os lugares que estão quebrados são muito utilizados por pescadores. O risco de queda é maior. Estamos muito preocupados e pedimos para que o DNIT faça uma obra emergencial”, solicita.
Fonte: G1 Ribeirão Preto e Franca