Geral

Defesa Civil entra no Museu Nacional para avaliar danos

Defesa Civil entra no Museu Nacional para avaliar danos

Técnicos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros fazem, na manhã desta segunda-feira (3), uma inspeção no Museu Nacional, que foi destruído pelo fogo. Eles vão calcular o tamanho dos estragos e descobrir se alguma peça ainda pode ser salva.

O incêndio que destruiu parte da história do país foi controlado durante a madrugada. No início desta manhã, bombeiros trabalhavam no rescaldo das chamas. Os militares afirmam que não há chance de desabamento da fachada, mas o interior da construção está sob risco.

O Museu Nacional é a instituição científica mais antiga do país e tinha um acervo de mais de 20 milhões de itens. Entre eles, estava o crânio de Luzia, o fóssil mais antigo das Américas e tesouro arqueológico nacional, e o maior meteorito já achado no país.

Como ocorreu o incêndio

O fogo começou por volta das 19h30 deste domingo (2), depois do fechamento para visitantes. Boa parte da estrutura do prédio era de madeira, e o acervo tinha muito material inflamável. Assim, o fogo se espalhou rapidamente. Segundo a assessoria de imprensa do museu e o Corpo de Bombeiros, não houve feridos. Apenas quatro vigilantes estavam no local, mas eles conseguiram sair a tempo.

Os dois hidrantes próximos ao Museu Nacional apresentaram problemas no começo do combate às chamas. Não havia pressão suficiente. Depois de quase duas horas, a solução foi retirar água de um lago próximo. Bombeiros também precisaram pedir caminhões-pipa.

Roberto Leher, reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição responsável pelo museu, criticou o trabalho dos bombeiros. "Nós percebemos claramente que faltou uma logística e uma capacidade de infraestrutura do Corpo de Bombeiros que desse conta de um acontecimento tão devastador como foi esse incêndio."

As causas do fogo serão investigadas. A Polícia Civil abriu inquérito e repassará o caso para a Delegacia de Repressão a Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal, que irá apurar se o incêndio foi criminoso ou não.

'Descaso'

Com 200 anos completos em junho deste ano, o museu foi residência da família real e sede da 1ª Assembleia Constituinte do Brasil. A instituição vinha sofrendo com falta de recursos e tinha sinais de má conservação, como fios elétricos aparentes e paredes descascadas. Uma infestação de cupins destruiu a base onde estava instalada a reconstrução do fóssil de um dinossauro de 13 metros que foi descoberto em Minas Gerais e viveu há 80 milhões de anos.

Há anos, o museu funcionava com orçamento reduzido. A instituição deveria ter um repasse anual de R$ 550 mil da UFRJ, que passa por uma crise financeira, mas só recebia cerca de 60% desse valor desde 2013. Naquele ano, os serviços chegaram a ser interrompidos porque não havia como pagar funcionários.

Recentemente, o Museu Nacional conseguiu um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para um projeto de prevenção a incêndios e a transferência da área administrativa e arquivo, principalmente as coleções com materiais inflamáveis, para prédios anexos.

O diretor-adjunto do Museu Nacional, Luiz Fernando Dias Duarte, afirmou em entrevista à GloboNews que houve descaso de vários governos com o local. Segundo ele, há anos a instituição tenta verba para uma reestruturação. "Nunca tivemos um apoio eficiente e urgente para esse projeto de adequação do palácio. Para retirar a administração, arquivo e centro acadêmico do palácio."

FONTE: G1 - PORTAL GLOBO DE NOTÍCIAS

Inscreva-se em nossa NewsLetter