A jovem Carolina Arruda, 27 anos, está em busca da eutanásia, processo de suicídio assistido. Ela sofre da doença da 'pior dor do mundo', que é a neuralgia do trigêmeo.
Aos 16 anos Carolina teve a primeira crise com a dor, que é comparada a choques elétricos e até a facadas. Ela relata que vive à base de morfina, somado ao tratamento com canabidiol (extrato medicinal da maconha), mas que isso não alivia. Com dores intensas, decidiu buscar a morte assistida na Suíça, onde é permitido por lei.
O que é a neuralgia do trigêmeo?
O trigêmeo é um dos maiores nervos do corpo humano. Ele leva esse nome porque se divide em três ramos:
1. o ramo oftálmico;
2. o ramo maxilar, que acompanha o maxilar superior;
3. o ramo mandibular, que acompanha a mandíbula ou maxilar inferior.
Ele é um nervo sensitivo, ou seja, que controla as sensações que se espalham pelo rosto. Permite, por exemplo, que as pessoas sintam o toque, uma picada e a dor no rosto.
A doença acontece por má formação, em que artérias encostam no nervo, ou por causa de um tumor na região.
"O nervo trigêmeo possui três ramificações, e vão para a região dos olhos, nariz e mandíbula. Quando uma artéria encosta ou comprime ele devido a uma má formação ou doença, ele é ativado, causando as crises agudas de dor. Após o episódio, a pessoa ainda pode ficar com o rosto dormente, com formigamento e olhos lacrimejando", explica Vinícius Boaratti Ciarlariello, neurologista do Departamento de Pacientes Graves do Hospital Israelita Albert Einstein em entrevista à BBC.
A doença normalmente atinge um lado do rosto. Em casos mais raros, pode atingir os dois — como é o caso da estudante de veterinária.
Fonte: G1