O Centro de Zoonoses de Frutal está realizando em média 20 castrações em cães e gatos por semana. Por conta da pandemia, esses procedimentos cirúrgicos estão limitados apenas a animais que vivem em lares adotivos, que foram acolhidos pela ONG ou que pertencem a famílias de baixa renda.
Mas para ter direito a ter o seu animalzinho castrado, essa família deve estar inscrita no Cadastro Único. De acordo com a Secretaria de Assistência Social, atualmente, em Frutal cerca de 1100 famílias vivem em situação de extrema pobreza e tem direito a se inscreve no Cad-Único.
A secretária de desenvolvimento social, Nayara Silva, explica como a pessoa pode ter acesso ao serviço de castração de forma totalmente gratuito. “A pessoa deve ir até a secretaria ou ao CRAS que atende o bairro dela, lá ela irá passar por uma avaliação de uma assistente social para ver se essa pessoa se enquadra nos pré-requisitos necessários para ser beneficiada por esse serviço oferecido pela Prefeitura de Frutal”.
De acordo com Hebert Martins Ferreira, coordenador do Centro de Zoonoses existe um grande número de famílias de baixa renda em Frutal que têm vários animais de estimação. “A impressão que nos passa é que essas famílias por viverem em uma situação de dificuldade se solidarizam com a dor e sofrimento desses animais e acabam acolhendo eles”.
Ainda segundo Hebert, no momento a entidade conta com um bom número de profissionais que são os responsáveis por realizar essas intervenções cirúrgicas. “Além dos profissionais contamos com mais três estagiários que nos auxiliam e um quarto deve começar a atuar em breve. Também estamos reivindicando alguns equipamentos para o centro como aparelho de hemograma e ultrassom”.
Por falar em hemograma, antes de efetivamente castrar os animais, os profissionais do Centro de Zoonoses estão realizando exames de sangue em todos os gatos e cachorros que irão passar pelo procedimento. “Esses exames são para ficarmos a par da saúde do animal, para verificarmos se ele tem alguma doença, principalmente os cães que têm uma maior sensibilidade a essa cirurgia. Essa também é uma atitude preventiva já que se o animal estiver com alguma doença, ele pode acabar transmitindo essa enfermidade para outros animais”, explica o coordenador do Centro de Zoonoses.
Hebert ainda fala da principal dificuldade enfrentada pelos profissionais do Centro de Zoonoses para realizar a castração desses animais. “Muitas vezes as pessoas trazem os animais sem que eles estejam de banho tomado, sem estarem tosados e é importante que durante esse procedimento não haja agentes causadores de doenças e para isso é fundamental que assepsia do animal esteja em dia”.
Por último, o chefe do Departamento de Proteção Animal, Marlon Bardauil, destaca a importância dessas castrações que são inteiramente custeadas pela Prefeitura de Frutal. “Quando uma pessoa adota um animal digamos que pode ser que esse animal deixe uma “herança” de 6 ou 7 filhotes. E é aí que acontece o abandono desses animais, que acabam vagando pelas ruas e se transformando em vítimas de maus-tratos e em potenciais vetores de zoonoses, por isso a castração é uma questão de saúde pública”.