Uma parceria entre a Prefeitura de Frutal e a Universidade do Estado de Minas Gerais pretende despoluir e revitalizar os lagos do Parque Leda Campos Borges, conhecido popularmente como Parque dos Lagos.
A cooperação funcionaria da seguinte maneira: os professores ficariam responsáveis por fazer a coleta de sedimentos e da água que passariam por análises químicas em um laboratório credenciados pelo INMETRO, já a Prefeitura ficaria responsável por custear esses procedimentos.
Em uma reunião que contou com a presença dos professores Leandro Pinheiro, diretor da Unidade da UEMG em Frutal, Eliana Aparecida Panarelli professora de Geografia e Engenharia Agronômica e Rodrigo Millan, professor de Engenharia Agronômica, o prefeito Bruno Augusto assegurou que a Prefeitura ficará responsável por arcar com esses custos.
Mas antes de se iniciar os trabalhos de análises da qualidade da água e da toxicidade dos sedimentos é necessário que a Prefeitura promova um processo de licitação para a contratação do laboratório que ficará responsável por fazer essas análises químicas seguindo as normas exigidas pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
Com o laboratório contratado pela Prefeitura, começaria o trabalho de coleta de materiais por parte dos professores da UEMG, que esperam que essa ação comece o quanto antes já que o grau de toxicidade da água dos lagos preocupa.
Por isso, a professora Eliana Panarelli pede que a população não tenha contato primário com água dos lagos. “O ideal é que as pessoas não pesquem e nem consumam os peixes dos lagos, além disso, é recomendável que os animais de estimação das pessoas também não se banhem naquela água”.
De acordo com a professora, alguns organismos que vivem no lago já apresentaram deformidades por conta do nível de toxidade da água. “São espécies que não podem ser vistas a olho nu como, por exemplo, os microcrustáceos que estão apresentando deformação na parte sensorial, mais especificamente nas antenas, alguns animais estão ficando com as antenas distorcidas e alguns estão, até mesmo, nascendo sem antenas”.
Já o professor Rodrigo Millan ressalta que a Universidade faz análises periódicas da qualidade da água dos lagos desde 2016. “E desde então houve uma piora progressiva na qualidade da água, inclusive com o último lago sofrendo com a contaminação de dejetos de esgotos”.
Essa contaminação está gerando um processo de eutrofização que pode ocasionar no florescimento e no crescimento de algumas algas que podem ser potencialmente tóxicas. “Essas algas produzem algumas substâncias que podem gerar um processo de bioacumulação desses elementos potencialmente perigosos nos peixes e em outras espécies animais que vivem nos lagos”, explica o professor.
O prefeito Bruno Augusto ressaltou que a intenção da Prefeitura é revitalizar o Parque dos Lagos e transformar o local novamente em um cartão-postal da nossa cidade. “Para isso nada melhor que contarmos com a expertise e conhecimento dos professores da UEMG para que o quanto antes possamos revitalizar essa área que deveria ser um local onde a natureza e o cidadão frutalense deveriam conviver harmoniosamente”.