Geral

Professores desenvolvem projeto de educação nas escolas

Professores desenvolvem projeto de educação nas escolas

Um evento promovido no último sábado (10) reuniu cerca de 210 professores da rede municipal de ensino para a capacitação a fim de desenvolver um projeto sobre práticas ecológicas nas escolas de Frutal. A “1ª Roda Sobre Práticas Ecológicas” ocorreu no espaço “Recanto da Mata” que fica às margens da BR-364 e integra o “1º Circuito da Educação Municipal –Formação, Reflexão e Interação”. Cinco palestrantes puderam discorrer sobre a temática sustentável para subsidiar os educadores no desenvolvimento do projeto nas escolas.

A partir de uma portaria da secretária de Educação Gabriela Ferreira de Mello Borges, ficou instituída uma nova disciplina no currículo escolar municipal. “Práticas Ecológicas” foi o nome escolhido nesse projeto que une a pasta da educação com a secretaria de Meio Ambiente. “Acreditamos que seja essa nova geração a grande propulsora das transformações que tanto desejamos e estamos trabalhando para construir” ressaltou a secretária.

Para a secretária de Meio Ambiente, Mônica Alves, o evento foi um marco histórico na busca por uma sociedade mais sustentável. “Desde que assumimos a secretaria de Meio Ambiente, sempre procuramos trabalhar com a Educação, e como o promotor Rodrigo Brasil ressaltou, não adianta a gente ficar corrigindo os erros do passado, se não construirmos uma nova geração que não vá cometer esses mesmos erros” destacou a secretária ao explicar a importância de começar a trabalhar com os alunos da rede municipal.

Ainda segundo Mônica, o projeto já começa a ser desenvolvido nas escolas, a partir desse mês. “Nós vamos começar a construir em cada escola, dentro da realidade do seu território, de que forma nós vamos implantar a sustentabilidade. A proposta é de que pelo menos nos próximos dois anos a gente consiga tornar as escolas mais verdes, escolas mais responsáveis pela questão da destinação dos resíduos,e acima de tudo, crianças mais conectadas com a natureza” destacou.

O evento contou com palestrantes que desenvolvem projetos sustentáveis e pesquisadores que atuam nessa linha. Marcos Sorrentino, professor da ESALQ-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), e que atuou na construção da política de educação ambiental desenvolvida pelo Ministério da Educação foi um deles. Segundo o pesquisador “é muito importante um município assumir esse desafio, para se converter em um município sustentável, que promove educação e dá atenção especial às escolas” destaca.

Ainda segundo Marcos, a sociedade precisa reconhecer que esse modelo de distribuição de recursos precisa ser repensado. “Ou nós superamos as iniquidades que essa sociedade, esse modelo de desenvolvimento ocasionou, marginalizando parcelas da sociedade para não ter teto, não ter trabalho, não ter terra para produzir, ou nós continuaremos a trocar seis por meia dúzia” enfatizou o professor que ainda acrescentou “para nós conseguirmos a transição educadora para a sociedade sustentável é necessário que todas as pessoas, da elite ao mais pobre, compreendam que é vergonhoso nós continuarmos a viver em uma sociedade que não propicia a todos os humanos os direitos mínimos” expressou Sorrentino.

Com uma palestra que durou 25 minutos, o professor conseguiu reter a atenção dos participantes durante toda a sua fala. O pesquisador ressaltou ainda que o acesso às condições mínimas de sobrevivência inclui “terra, trabalho, educação, saúde e natureza. Pois o acesso a natureza é fundamental para as pessoas e faz parte da saúde,e tanto a natureza externa quanto a natureza interior. As pessoas precisam se conhecer, ter um tempo para se dedicar ao próprio conhecimento. Feito isso nós podemos ter divergência, ter outros olhares, cada um tem a sua ideologia, sua filosofia, mas isso é a diversidade humana, é bonita,e nós precisamos dar condições a todos de perseguirem o seu desenvolvimento como ser humano” expôs.

A prefeita Maria Cecília Marchi Borges (Ciça) esteve presente no evento e também apontou o projeto como um marco histórico. “Ver nossos educadores com compromisso de levar até a sala de aula, de levar até o aluno,o que deve ser feito e de que forma que cada um de nós, como cidadãos, temos que fazer para mudança do conceito e hábitos com o meio ambiente. Eu tenho a mais absoluta certeza que a partir de hoje, esse será um marco e que teremos os nossos professores mais motivados e muito mais comprometidos em busca de um mundo melhor” destacou a prefeita Ciça.

Mônica Passarinho, gerente de experiências do Instituto Toca, apresentou aos participantes o modelo adotado pela instituição e explicou que a essência é voltada ao desenvolvimento educacional de crianças mais conectadas com a natureza. “Essa ação que o município está se propondo a fazer é muito importante, e é capaz de trazer um novo olhar sobre as questões ambientais e que precisam estar dentro da gente” ressaltou.

Para a pesquisadora Rachel Trovareli, que é gestora ambiental do Instituto OCA (Olhar, Curar e Amar) a sociedade precisa passar por uma transição. “Estamos passando por uma crise civilizatória, política, social e ambiental e isso exige que a gente faça uma transição para um outro modelo de sociedade, que a gente chama de sociedades sustentáveis” apontou ela ao descrever sobre os temas que foram abordados durante sua palestra. “A escola é uma instituição fundamental nesse processo, porque talvez ela seja a instituição pública mais acessível e mais espalhada geograficamente por todo o território nacional. Então existe uma potência em se trabalhar com esse espaço escolar” acrescentou ao elogiar a atuação das secretarias frutalenses em promover esse diálogo.

O evento contou ainda com o depoimento do casal Sirlene Soares e Lucas Marco Morais, que atualmente trabalha com agroecologia e fundou a CSA-Frutal (Comunidade que Sustenta a Agricultura). Ainda teve a palestra do Promotor Rodrigo Caldeira Grava Brasil, que atua na promotoria de desfesa do meio ambiente e do professor Renato Muniz Barretto de Carvalho.

Para custear o evento, segundo a secretária Mônica, houve uma parceria com empresas privadas. Mônica ressaltou que maior parte foi financiada com recursos destinados pelas empresas que procuram desenvolver projetos voltados à responsabilidade ambiental. “Tivemos o apoio primordial da Usina Cerradão, nos propiciando a qualidade que atingimos, além da Construtora Bom Teto, a Caracol Uniformes, a QuebeC Ambiental, o Supermercado Xatão, o Machado Doces, o FiestHouse, a Moderna Informática e Durval Mendonça. Cada um auxiliou como pôde” destacou.

 

 

Inscreva-se em nossa NewsLetter