Mais de 10.000 quilômetros separam o Líbano do Brasil. Essa é a distância que separava também Salem Sobhi Saad dos dois filhos Omar, de 15 anos, e Yasmin, de 11, que estavam no país asiático desde o início dos ataques na região.
Omar e Yasmin são naturais de Uberlândia, mas moravam com os avós e tios no Líbano desde 2017. O pai continuou no Brasil e, depois que os ataques de Israel se intensificaram, fez de tudo para trazer os filhos de volta.
As memórias de guerra
Em entrevista à TV Integração, Omar e Yasmin contaram como foram os últimos meses que passaram em Ghazze, cidade a cerca de 65 km da capital Beirute.
De acordo com a família, o primeiro bombardeio na cidade ocorreu a cerca de 50 metros da escola em que os jovens estudavam.
"Os drones ficavam no céu e estavam jogando várias bombas", contou Omar.
Yasmin também relatou medo das bombas. Segundo Salem, em Uberlândia, ele não conseguia trabalhar e nem dormir direito, preocupado com os filhos e com o país como um todo.
Retorno para Uberlândia
Salem entrou em contato com o Itamaraty e com o Consulado Brasileiro no Líbano para trazer os filhos de volta. Eles vieram em um avião com outras 118 pessoas no 5º voo de repatriação.
O pai contou estar aliviado pela chegada dos filhos no país, mas que continua receoso por todos os familiares e pessoas que continuam na zona de guerra.
"A gente não pode ser egoísta, meus filhos estão bem. O fogo terminou na minha casa, mas meu vizinho tem fogo. Temos que ter esse espírito de irmandade, de ajudar o outro", afirmou.
Desde o início da guerra, 1.105 pessoas e 3 animais de estimação foram retirados do país em conflito. O Governo Brasileiro estima que, entre os 21.000 brasileiros que moram no Líbano, 3.000 tentam voltar para o país de origem.
Fonte: G1 Triângulo Mineiro