O setor sucroenergético tem relevante papel na economia da região do Triângulo Mineiro, sendo grande responsável pela geração de emprego, inclusão social e preservação do meio ambiente, segundo levantamento feito pelo Sebrae, em parceria com a Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais. Atualmente, 28% dos estabelecimentos industriais presentes nos onze municípios selecionados para o estudo estão relacionados com a atividade sucroenergética.
Para obter este diagnóstico, o Sebrae analisou dados do complexo de cana-de-açúcar da Bunge Açúcar & Bioenergia, Usina Cerradão, Usina Coruripe, Delta Sucroenergia e Bionergética Aroeira, que juntas possuem 12 unidades produtoras presentes nas cidades de Campo Florido, Carneirinho, Conceição das Alagoas, Conquista, Delta, Frutal, Itapagipe, Iturama, Limeira do Oeste, Santa Juliana, Tupaciguara, e informações secundárias, divulgadas por fontes oficiais de informação como Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ministério da Fazenda de Minas Gerais, União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e Siamig.
A pesquisa mostra que o estado representa 9% do total de usinas e da capacidade instalada de moagem do País. Ao todo, o Brasil possui 370 usinas, 34 delas presentes em 26 municípios de Minas Gerais e 20 unidades no Triângulo Mineiro. A produção de cana ocupa uma área de 950 mil hectares plantados no estado.
Só na safra 2017/18 foram produzidos 641 milhões de toneladas de cana no Brasil, sendo 65 milhões na região mineira, o que consolida o estado como o terceiro maior produtor de cana do país (11% do mercado). O Estado respondeu por 2,708 bilhões de litros de etanol e 4,2 milhões de toneladas de açúcar no período.
Minas também se destaca na exportação de açúcar bruto. O estado é o segundo maior no ranking, com 13,1% do mercado. Em 2016, doze cidades mineiras comercializaram o produto, representando 9,1% do total exportado pelo país. Dez desses municípios estão localizados na região do Triângulo Mineiro: Delta, Carneirinho, Iturama, Pirajuba, Frutal, Uberaba, Campo Florido, Santa Juliana, Itapagipe e Ituiutaba.
A representatividade do setor na produção de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade gera empregos na região. Segundo o Sebrae, em 2016, o setor contou com cerca de 174 mil trabalhadores diretos e indiretos. Dos 35 mil empregos diretos gerados no estado, 15 mil estão nos municípios sob influência das 12 usinas analisadas. Em comparação com o setor industrial, o setor de cana responde por 36,9% do total de empregados formais dos 11 municípios, o equivalente a 93% dos salários pagos no período. Considerando as empresas de todos os portes e setores, o setor foi responsável por quase 51% do total das remunerações pagas nesses municípios.
A geração de emprego e renda faz das companhias agentes de inclusão social. As usinas absorvem pessoas excluídas do mercado de trabalho e dão a oportunidade de conhecimento técnico, especializações e desenvolvimento profissional e contribuem para a diminuição de trabalhos informais.
Outro ponto analisado é a geração de impostos. Segundo o estudo, a geração de imposto exerce papel fundamental para a movimentação econômica e social de uma região. Em 2016, o Valor Adicional Fiscal (VAF) gerado pelas usinas analisadas somou R$ 1,8 bilhões, o que correspondeu a 17,4% do registrado pelos municípios selecionados no mesmo período.
O setor tem também importante contribuição para a redução das emissões de gases do efeito estufa e combate às mudanças climáticas. Em 2017, 89,2% da bioeletricidade gerada pelo país esteve concentrada em cinco estados: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Paraná. O estado de Minas Gerais, que ocupa a 4ª posição, foi responsável pela geração de 2,7 GWh de bioenergia, equivalentes a 10,3% do total no período.
Para ter acesso ao estudo completo acesse: www.sebrae.com.br/minasgerais
Sobre o Projeto
O Projeto de Encadeamento Produtivo do Setor Sucroenergético, iniciativa desenvolvida pelo Sebrae-MG, em parceria com o Sindicato das Indústrias de Açúcar e Álcool de Minas Gerais (Siamig) e Usinas, nos anos de 2017 e 2018, teve como objetivo capacitar empresas locais para atender aos requisitos de compras de produtos e serviços do setor sucroenergético, além de melhorar os processos, aumentando a qualidade do trabalho desenvolvido e reduzindo custos e perdas. O projeto abrangeu os municípios de Campo Florido, Carneirinho, Conceição das Alagoas, Conquista, Delta, Frutal, Itapagipe, Iturama, Limeira do Oeste, Santa Juliana, Tupaciguara e permitiu a elaboração do Estudo do Setor Sucroenergético, que demonstra a importância deste segmento no desenvolvimento sustentável. Juntos, os 11 municípios selecionados para o trabalho representam 28% da produção industrial do Triângulo Mineiro.
Sobre a Bunge Açúcar & Bioenergia Uma das companhias líderes na produção de etanol, açúcar e bioenergia no Brasil, a Bunge Açúcar & Bioenergia tem capacidade de moagem de 22 milhões de toneladas por ano em suas oito usinas estrategicamente localizadas nas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste do país. Cinco de suas usinas formam um cluster, gerando economias de escala e sinergias para o negócio. Com instalações de cogeração, a empresa produz energia renovável para atender de forma autossuficiente suas próprias usinas e tem capacidade de exportar 640 GWh para rede nacional.
Sobre a Usina Cerradão A Usina Cerradão está localizada no município de Frutal, operando desde 2009 e pertence ao Grupo Cerradão, controlado pela JP Andrade Agropecuária e pela Holding Queiroz de Queiroz. O Grupo é a concretização do projeto de investimento concebido para a exploração agroindustrial sustentável da cana-de-açúcar na região e composto também pela Agrícola Cerradão Ltda., Bioenergia Cerradão Ltda., e Levedura Cerradão Ltda. Há mais de uma década atuando no Triângulo Mineiro, a Usina Cerradão vem contribuindo para o desenvolvimento local, gerando emprego e renda para o município e região. Na safra 2017/2018 foram esmagadas 3.116.907 toneladas de cana-de-açúcar, gerando números significativos na produção de açúcar e álcool, além da cogeração e exportação de energia elétrica que chegou a 169.777 MWh. A Usina Cerradão investe constantemente em novas tecnologias, na expansão das áreas agrícolas e na produção sustentável, prezando pela vida de seus colaboradores e pela preservação dos ecossistemas envolvidos.