Justiça de Uberaba pronunciou dois acusados de participação no atentado contra o prefeito de Campo Florido, Renatinho (PSD), ocorrido durante a campanha eleitoral daquela cidade. Os acusados devem ir a júri popular após o juiz do caso, Stefano Renato Raymundo, titular da 3ª Vara Criminal, não acatar os pedidos de suas defesas.
Mesmo contando com riqueza de detalhes sua participação no atentado contra o então candidato, o autor dos disparos, José Brito de Alencar, pediu sua absolvição e, em caso de negativa, que a tentativa de homicídio fosse desclassificada para lesão corporal. Respondem também pelo crime Ronaldo Castro Bernardes, ex-prefeito da cidade e apontado como o mandante do atentado; Otaliba Signato de Melo Neto e Maikon Diego Martins Nascimento, que teriam sido os “arquitetos” do crime; Amarildo Zacarias, que teria sido o intermediador; e Lucas Henrique Silvério da Silva, por ter dado apoio na fuga do executor.
Na sentença de pronúncia, o juiz Stefano Renato Raymundo faz referência ao depoimento de José Brito, em que a preparação do crime evidencia o sangue-frio dos acusados. Ele teria sido contratado por R$ 150 mil e viajou de Indianópolis, onde morava, para Campo Florido, onde procurou se aproximar de Renatinho. O objetivo era gravar na memória a fisionomia de sua vítima e a do seu irmão, que também deveria morrer.
Durante o contato, José Brito teria dito a Renatinho que transferiria o seu título de eleitor para Campo Florido para votar nele. De todos os oito investigados no episódio de Campo Florido, dois ainda estão presos, que são o atirador confesso e Amarildo Zacarias, mas em razão de outros crimes.
O júri popular dos acusados ainda não tem data marcada.
Renatinho foi baleado em 30 de junho de 2017, às vésperas da eleição suplementar no município. A Polícia Militar (PM) informou na época que o candidato apresentava duas perfurações no ombro, uma no peito e outra no pescoço.