Polícia

JUSTIÇA DECRETA A PRISÃO PREVENTIVA DE QUATRO DOS SEIS INVESTIGADOS

JUSTIÇA DECRETA A PRISÃO PREVENTIVA DE QUATRO DOS SEIS INVESTIGADOS

A Justiça da Comarca de Frutal atendeu parcialmente o pedido feito pela Polícia Civil e decretou a prisão de quatro dos seis suspeitos pela morte da pequena Maria Fernanda Camargos, 5 anos. Ela faleceu após ser queimada em um ritual de cura, no fim de Março.

Responsável pela investigação do caso, o delegado Murilo Antonini pretendia manter os seis acusados na prisão até o julgamento. Com a decisão da justiça, vão permanecer na cadeia a mãe da criança, a avó, a tia e o guia espiritual.

O avô, que também estava preso desde o dia 20 de Abril, foi solto hoje. O auxiliar do médium, de nome Kaio, que não chegou a ser detido, responderá o crime em liberdade. O prazo da prisão temporária vencia hoje, 20 de Maio. A morte da criança comoveu a sociedade e teve repercussão nacional.

Investigação

De acordo com o delegado Murilo Cesar Antonini, o caso começou a ser investigado depois que a Polícia Civil tomou conhecimento, por meio da imprensa, de que teria ocorrido um acidente doméstico com uma criança envolvendo churrasqueira e álcool no dia 23 de março. Maria Fernanda Camargo teve praticamente 100% do corpo queimado e, devido à gravidade dos ferimentos, ela morreu no dia seguinte.

Porém, também houve a informação de que o pai de Maria teria estranhado o comportamento da mãe, da tia e dos avós que estariam presentes nesse churrasco, além da presença de um guia espiritual no local. Baseado nisso, a Polícia Civil descartou a hipótese de um acidente doméstico e instaurou inquérito para apurar um suposto homicídio culposo – quando não há intenção de matar.

"Porém, ao longo da investigação, foram ouvidas testemunhas e os médicos que atenderam a vítima, e foram juntados laudos periciais. Com esses elementos, concluímos que não houve acidente doméstico e tampouco homicídio culposo, mas sim, homicídio doloso, com dolo eventual”, explicou.

Ainda conforme o delegado, durante as investigações, foi descoberto que a criança teria sido banhada com álcool, misturado com ervas e uma vela acessa aproximada ao corpo, que fez com que ela fosse queimada viva. A partir daí, a Polícia Civil representou pela prisão temporária da mãe, dos avós e do guia espiritual e deflagrou a Operação "Invocação da Verdade", no dia 20 de abril.

Na ocasião, os avós, a tia e a mãe de Maria Fernanda Camargo foram presos suspeitos de homicídio durante ritual de evocação e incorporação de espíritos. Também foram cumpridos 2 mandados de busca e apreensão, resultando em celulares e documentos apreendidos.

Reportagem: Samir Alouan

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