A Justiça Federal de Minas Gerais condenou a família Milagres Rigueira a penas que ultrapassam 14 anos de prisão, além de multas e indenizações de quase R$ 1,3 milhão. Os Milagres Rigueira são responsáveis por terem mantido Madalena Gordiano em situação análoga à escravidão por 40 anos em Patos de Minas.
A defesa afirmou que se reunirá família para discutir a situação e que será interposto o recurso próprio.
Em maio de 2022, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou quatro membros da família pelo crime de trabalho escravo. A ação corre em segredo de Justiça.
O g1 apurou que Dalton e Valdirene Milagres Rigueira foram condenados pelos crimes de redução à condição análoga à de escravo, furto qualificado e lesão corporal, totalizando 12 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado e 1 ano e 11 meses de detenção em semiaberto para cada um, além de multa.
A filha do casal, Raíssa Lopes Fialho Rigueira, foi sentenciada por furto qualificado e lesão corporal, totalizando 7 anos e 11 meses de reclusão em regime fechado e 1 ano e 11 meses de detenção em semiaberto, além de multa. Bianca Lopes Rigueira Nasser foi condenada por lesão corporal com pena de um ano e 11 meses de detenção em regime semiaberto.
Os quatro condenados deverão arcar com indenizações à Madalena, sendo que Dalton e Valdirene terão que desembolsar R$ 1,13 milhão e Raíssa, R$ 23,5 mil.
O resgate de Madalena ocorreu em 2020 na cidade mineira, após ela passar 38 anos em condição análogas à escravidão. O caso também foi mostrado no Fantástico.
Ela trabalhou desde os 8 anos como diarista, sem registro e outros direitos. Desde que o caso se tornou público, Madalena se transformou em um dos rostos mais conhecidos na luta contra o trabalho escravo doméstico no Brasil.
Fonte: G1 Triângulo