Polícia

MÃE DE CRIANÇA VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL FALA SOBRE O CASO E PEDE JUSTIÇA

MÃE DE CRIANÇA VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL FALA SOBRE O CASO E PEDE JUSTIÇA

Desde que foi constatado um crime de abuso sexual tendo como vítima uma criança de apenas 4 anos, a vida de toda a família tem se tornado um transtorno em razão de acusações de negligência da mãe e suspeitas de que o ato teria sido cometido por alguém da família. Não suportando mais a situação, a mãe da menina, uma jovem mulher de 29 anos, procurou o jornalista Samir Alouan - repórter da Rádio 97 FM, na quarta-feira (10), para relatar o ocorrido e desabafar perante o momento crítico que tem suportado.

“Toda minha família está sofrendo muito por sermos atacados na internet, com comentários maldosos. Minha filha e minha família são as vítimas, não os agressores. Podem investigar qualquer um que quiserem. Peço que coloquem a mão na consciência e pensem antes de falar. Minha filha já está sofrendo muito. Poderia ser o filho de qualquer outra família. Parem e pensem”, salienta.

Na entrevista, a mãe ressalta que, se houve negligência de sua parte, foi por não ter descoberto com antecedência. Ela conta que a garota tinha um temperamento tranquilo e alegre, mas que, ultimamente, estava agressiva e com atitudes estranhas como tocar o próprio corpo e o de suas outras duas irmãs.

Através da internet, ela descobriu ainda que as crianças tendem a ter medo do local onde sofreu abuso e que a garota passou a não querer ir para a creche, passando a se sentir mal e até a ter ânsia de vômito e febre.

Porém, a mãe acreditava que era porque a menina queria ficar em casa ou por, talvez, ter apanhado de algum de seus coleguinhas, mas jamais que sua filha tinha sido vítima de abuso sexual. Tanto que ela nem chegou a procurar a direção da instituição.

“Era o único lugar que ela passou a ter medo. Ela fez desenhos e passou a ter comportamento agressivo. Levei ela a uma psicóloga também. A minha falha foi não ter conseguido entender antes o que estava se passando, o que ela estava tentando me dizer”, acrescenta.

“Não fui negligente. A gente sai para trabalhar e não imagina que um filho vai ser violentado. Se soubesse, a gente não ia trabalhar, ficava em casa em função dos filhos porque eles são o bem maior que a gente tem na vida. Só quero dar o melhor para as minhas filhas”, desabafa.

A mãe da criança relata que assim que notou a verruga no bumbum e depois no ânus da menina, pesquisou na internet e constatou que seria em razão de ato sexual.

Diante disso, procurou a pediatra que fez uma biópsia e entrou em pânico ao constatar que houve abuso sexual, inclusive com rompimento parcial do hímen.

Devido ao problema das verrugas genitais, a menina não tem conseguido dormir. A vítima terá que passar por procedimentos dolorosos de queimar as verrugas.

A partir do vazamento da notícia – uma vez que a polícia pediu sigilo para não atrapalhar as investigações –, ocorreram muitos comentários. E a mãe garante que o genitor da menina é um “paizão” e, por isso, tem certeza que ele não teria cometido essa atrocidade.

A mãe da vítima já procurou as assistentes sociais do Creas, Conselho Tutelar, Delegacia de Polícia e formalizou a denúncia, pedindo para que se descubra o nome do autor do abuso e que a justiça seja feita.

“Seja quem for, eu quero que seja feita a justiça, que essa pessoa pague pelo que fez e que seja exposto quem fez. Não aguento mais ficar calada e ver tanta injustiça. Não sei quem foi e não apontei ou julguei ninguém, mas queremos uma resposta sobre o que aconteceu com a nossa filha. Até porque, isso pode ter acontecido com outras crianças e para prevenir que não aconteça mais”, adverte.

“Agradeço – conclui – a todos os que estão nos apoiando nesse momento tão difícil e peço forças a Deus para poder enfrentar tudo isso. Nem consigo descrever a dor que estou sentindo".

Reportagem: Samir Alouan - Jornal da 97

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