Polícia Civil de Minas Gerais detalhou golpe aplicado por M.H.L.A., de 37 anos, que foi preso nesta segunda-feira (22), em Salvador (BA). Ele é acusado de gastar cerca de R$ 600 mil arrecadados para ajudar o seu próprio filho, portador de Atrofia Muscular Espinhal (AME), doença degenerativa e que requer compra de medicamento cuja dose custa R$ 365 mil. O caso chocou a população de Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas.
O acusado vivia uma vida de luxo em Salvador, segundo informações da polícia. Ele morava em apart hotel de frente para a praia e gastava a quantia recebida pela vaquinha com festas, roupas, correntes de ouro e até maconha.
Os trabalhos da polícia começaram no início do mês, quando a mãe da criança procurou a delegacia de Conselheiro Lafaiete. Ela afirmou que o marido vinha apresentando comportamento estranho desde maio. Além de se afastar da família, ele não vinha participando com empenho das campanhas que eram feitas em prol do filho do casal.
Ainda de acordo com o delegado, a mãe apresentou extratos bancários que comprovavam redução no saldo das contas que guardavam o dinheiro das vaquinhas. No total, eram quatro, sendo duas administradas pela mãe e as outras duas pelo pai. Contudo, o acusado tinha as senhas da mulher e, com elas, fazia transferências para suas contas via internet banking. Com a quebra de sigilo bancário do suspeito, as investigações avançaram.
O homem deixou a cidade de Conselheiro Lafaiete no começo de maio alegando que iria a Belo Horizonte fazer um curso de vigilante. Contudo, não apresentava explicações sobre o curso. Durante o período, ele visitou a cidade por duas oportunidades, ambas em passagens rápidas.
A polícia suspeita que o acusado tenha cometido também o crime de lavagem de dinheiro, uma vez que a quantia é alta para ser gasta em um período de tempo tão curso. Ele e a esposa são casados há 13 anos e têm dois filhos; o mais novo sofre com a AME.
Em conversa com a imprensa, o acusado disse estar arrependido e afirmou que era vítima de extorsão. Ele também pediu perdão à esposa. O acusado vai responder pelos crimes de estelionato e abandono material. O delegado à frente das investigações rebateu a versão apresentada pelo acusado de que teria sofrido extorsão, afirmando que as datas apresentadas por ele não batem e que o acusado não apresenta informações concretas sobre o fato.
*Com informações do Estado de Minas