A Polícia Civil de Frutal, com apoio da Polícia Civil de Cuiabá e Polícia Civil de Goiânia, desencadeou a operação “Laranja Podre”, nas cidades de Cuiabá, Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia, visando prender organizações criminosas especializadas e voltadas à prática de crimes cibernéticos na modalidade fraude eletrônica, cometidos em diversas cidades de Minas Gerais e em outros estados da federação brasileira. A Operação foi realizada nos dias 03 e 04 de abril de 2023.
Foram expedidos pela Vara Criminal da Comarca de Frutal nove mandados de prisões preventivas e sete mandados de busca e apreensão contra os investigados.
Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva contra dois homens e uma mulher na cidade de Cuiabá-MT no dia 03/04/23. Um dos investigados de Cuiabá está foragido.
No dia 04/04/23 foram cumpridos mais um mandado de prisão preventiva e busca na cidade de Goiânia-GO contra um homem e um contra outro homem na cidade de Aparecida de Goiânia-GO. Foram cumpridos mais dois mandados de prisão preventiva e busca e apreensão na cidade de Anápolis contra um homem e uma mulher.
Uma das investigadas, uma mulher de 46 anos, de Goiânia, não foi presa, pois segundo seu filho, ela viajou para o Texas, no Estados Unidos há um mês.
Segundo apurado, os investigados constituíram organizações criminosas destinadas a praticar crimes de estelionatos na modalidade fraude eletrônica, em especial os golpes de clonagem de WhatsApp, o golpe do WhatsApp e o golpe do falso intermediador da venda de veículos, obtendo vantagens ilícitas de cifras milionárias em todo Brasil, causando diversos prejuízos às vítimas.
O Delegado João Carlos Garcia Pietro Júnior explicou como se dão estes tipos de golpes. O golpe da clonagem de WhatsApp e o golpe do WhatsApp ocorrem de duas formas bastante comuns. Na primeira, os criminosos clonam o WhatsApp da vítima por meio de engenharia social e, se passando por ela, solicitam dinheiro dos parentes e amigos.
Na segunda, conhecido como golpe do WhatsApp, o criminoso utiliza dados públicos de uma pessoa, como nome e foto de perfil, e cria uma nova conta no aplicativo. Em seguida, entra em contato com os amigos ou familiares da vítima dizendo que trocou de número e inventa uma história para pedir dinheiro, solicitando valores de transferência via PIX para contas de terceiros, sob o pretexto que deve dinheiro a estes.
Já o golpe do falso intermediador da venda de veículos usados conta uma ação mais sofisticada dos criminosos. Neste, o golpista precisa enganar tanto o vendedor quanto o comprador do veículo utilizando de dois argumentos diferentes, um para cada vítima, e a grande jogada é que ele pretende que uma não converse com a outra sobre o meio de pagamento e o valor a ser tratado.
Na hora de fechar o negócio da transferência do veículo, o falso intermediário diz que não pode ir até o cartório porque estará resolvendo uma situação e passa a conta de um terceiro “laranja”, momento em que a transferência é realizada para uma conta fornecida pelo criminoso, quando então as vítimas, logo após o pagamento pelo comprador, percebem que caíram em um golpe. É neste tipo de golpe que os criminosos mais levam dinheiro das vítimas, uma vez que envolvem valores altos de veículos automotores.
Somente em Minas Gerais, os investigados aplicaram golpes nas cidades de Frutal, Belo Horizonte, Ponte Nova, Contagem, Pirapora, Mirabela, Paracatu, Sabará, Dores de Guanhães, Teófilo Otoni, Cachoeira da Prata, Minas Nova, Ataléia, Vermelho Novo, Capim Branco, Entre Rios de Minas e Uberlândia, levando das vítimas a quantia aproximada de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) via PIX. Ainda foram praticados golpes pelos investigados nos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Amazonas.
As investigações policiais demonstram que os investigados podem ter auferido em golpes em todo estado brasileiro em cifras que podem superar a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, estelionato na modalidade fraude eletrônica, bem como as investigações prosseguirão por meio de apuração do crime de lavagem de dinheiro para rastrear o dinheiro angariado pelos golpistas e identificar os outros autores da organização criminosa que estão agora querendo dar aparência lícita com o dinheiro dos golpes arrecadados.
Todos os mandados de prisões preventivas e mandados busca a apreensão foram expedidos pelo M.M Juiz da Vara Criminal de Frutal-MG, os quais contaram com parecer favorável do Ministério Público.
A operação policial foi denominada de “LARANJA PODRE”, porque muito integrantes da organização criminosa tem se passado por “laranjas”, quando na realidade são coniventes e estão envolvidos nos esquemas criminosos e práticas ilícitas.