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Polícia prende homem acusado de estuprar filhas em Frutal

Polícia prende homem acusado de estuprar filhas em Frutal

Duas irmãs denunciaram o próprio pai por abuso sexual sofrido quando ainda eram crianças. O crime perdurou por muitos anos já que o pai – de iniciais C.A.S., hoje com 55 anos – ameaçava ambas dizendo que iria matar elas e todos os membros da família, o que gerou culpas e traumas às vítimas até os dias atuais.

Uma delas – atualmente com 32 anos – relata que os abusos começaram quando ela tinha de 9 anos, logo que a mãe, que morava no Prata, a mandou para Frutal para residir com o pai, que vivia com outra mulher e duas filhas desta.

A mulher conta que os estupros começaram logo depois que foi morar com o C.A.S. Ele dizia à esposa que iria fazer rituais de “oferenda” à noite e levava a filha, aproveitando a ocasião por estarem sozinhos para cometer os abusos.

O homem ameaçava constantemente a criança caso contasse o que ocorria. “Ele dizia que se eu contasse a alguém, ele iria matar minha mãe, irmãs e irmão. Quando eu estava no meu limite, ele espancava a mim e meu irmão e falava que era minha culpa e que ia pegar a faca e matar todo mundo. Ele vivia amolando um facão grande na minha frente. Era uma tortura sem fim”, narra.

Após o período de um ano, o homem se desentendeu com a madrasta e reatou com a mãe da vítima. Mesmo assim, os estupros continuaram, uma vez que ele ameaçava matar a mãe e o irmão dela.

A vítima afirma que constantemente era espancada e precisava ir para a escola com roupas cobrindo as pernas para não mostrar os vergões. Aos 11 anos, ela engravidou e a família foi morar em uma fazenda, de onde ela não podia sair para nenhum lugar sozinha.

Grávida de gêmeas, devido aos remédios que o pai a obrigou tomar, os bebês morreram no dia seguinte ao nascimento. “Ele dizia que ia fazer tudo para que elas morressem. Me deu chá de mentrasto e até pólvora para perder os bebês”, lembra.

Depois, a família se mudou para a região do Chapadão, onde continuaram os estupros, ameaças e muito trabalho forçado. Ela conta que uma tia suspeitava da situação e, um dia ao fazer uma visita na fazenda, foi expulsa pelo pai que correu atrás da mulher com o facão em mãos. Até mesmo para fazer uma visita à avó, a garota recebeu uma série de advertências e ameaças para não contar nada a respeito desta situação a ninguém.

Os estupros só pararam por volta dos seus 18 anos, quando ela saiu de casa e se casou. Há cerca de três anos, em um grupo de whatsapp, a mulher – que estava morando no Estado de Tocantins – se sentiu mais segura e narrou todos os episódios à família inteira.

Segundo a vítima, a mãe dela preferiu não dar apoio à filha e fugiu junto ao marido. Incentivada pela irmã que também sofreu abusos, ela procurou a Delegacia de Polícia e registrou um Boletim de Ocorrência.

Desde que o C.A.S desapareceu, a família não conseguiu mais notícias até que foi localizado em Tocantins e preso, já que havia um mandado de prisão em seu desfavor.

A delegada Jaqueline Camargo que atendeu a vítima declarou que o pai dela deverá ser indiciado pela morte das gêmeas, estupro e ameaça. “O que a gente quer é que a justiça seja feita e que ele pague por aquilo que fez com a gente a vida inteira”, frisa.

A mulher – que atualmente mora em Rio Verde (GO) – diz que soube que o pai também tentava molestar uma de suas enteadas, mas não pode afirmar tal acontecimento.

Ela diz se sentir um pouco aliviada pelo fato da justiça estar começando a ser feita, mas ressalta que todos estes anos de abusos fizeram que ficasse desconfiada e nunca mais confiasse em ninguém. Ela acredita que o pai deverá ser transferido de Tocantins para Goiás (Rio Verde), onde deverá ser julgado.

Colaboração: TV Vitoriosa - SBT

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