Acompanhado do advogado Paulo Ramadier Coelho, o agricultor Gilmar Teodoro Teixeira, popularmente conhecido por Marão, 53 anos, se apresentou na Delegacia de Frutal na tarde de quarta-feira (28). Ele é acusado de ter matado, a tiros, Silvana Lopes Sobral, 30 anos. O crime ocorreu em 2014. Os dois mantinham um relacionamento extraconjugal havia 3 anos. Marão estava foragido há 40 meses. Neste período, esteve em cidades do Tocantins e, nos últimos tempos, da Bahia. Resolveu se entregar depois que o caso foi destaque no programa Cidade Alerta, da Rede Record, no dia 5 de fevereiro.
Em entrevista à repórter Fernanda Montalvão (Jornal da 97) momentos antes de ir para a Delegacia, Marão afirmou que já queria se entregar havia um tempo e que a exposição na televisão antecipou um pouco seus planos.
De acordo com a versão de sua defesa, Silvana, que era casada e tinha três filhos, mantinha relação extraconjugal com Marão e com outros homens também e, depois de extrair dele uma grande quantidade de dinheiro em bens e móveis, quis terminar o relacionamento. “Ela passou a humilhar ele, espalhar boatos sobre pela cidade, o tratando de maneira vexatória”, alega o advogado. De acordo com Paulo Ramadier, o marido de Silvana, bem como toda a família dela, sabia do relacionamento dos dois. Marão também era casado.
No dia do crime, o amante a esperou no local de trabalho dela, um restaurante situado na BR-153, no povoado da Pradolândia, onde ela chegou com um filho. Na versão do acusado, após uma rápida discussão, quando ela teria pedido mais coisas a ele, Marão atirou contra a mulher. O suspeito desmente a versão apresentada pelo Cidade Alerta de que teria atirado pelas costas. “Não foi. Eu atirei de frente, tinha testemunhas que viram”, afirma.
Ferida a tiros no dia 31 de outubro, Silvana foi socorrida e ficou hospitalizada por 11 dias, quando faleceu em razão das lesões sofridas. Durante sua fuga, Marão chegou a ser preso por porte ilegal de arma (a arma do crime, inclusive) em Guaraci-SP, mas pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberado. Fugiu então para o estado do Tocantins.
Durante o processo de rompimento, Marão descobriu outros casos extraconjugais de Silvana e chegou a exigir de um deles que, já que queria ficar com ela, que devolvesse a quantia de R$ 12 mil que ele já teria gastado com a amante. O suspeito chegou a receber um cheque pré-datado com a quantia. Por esse episódio, Marão foi acusado de sequestro.
Durante a entrevista, Marão se disse “muito arrependido” e que decidiu se apresentar porque não aguentava mais fugir. Ele também nega e se revolta com acusação feita pela mãe de Silvana, de que ele estaria ameaçando parentes dela. “É mentira. Eu fiquei 40 meses fora e mais de um ano sem celular. Eu quero que ela prove, que mostre uma conversa que eu ameacei alguém. Eu é que fui ameaçado por um tio dela”, reagiu.
Sem antecedentes criminais, Marão alega que a morte de Silvana foi o único crime que cometeu na vida. “Vim para pagar. Vou pagar. Eu quero pagar. Eu sei que eu estou errado e quero pagar e sair livre daqui para poder trabalhar em paz”, comentou. Após se entregar e prestar depoimento, Marão foi recolhido ao Presídio de Frutal.