Parte dos presos nesta quarta-feira (24) na Operação Serendib, que investiga uma facção criminosa paulista, está envolvida no ataque à Brinks em Ribeirão Preto (SP), em outubro de 2018, ao assalto a um carro-forte em Cajuru (SP), nove dias depois, a tentativa de explosão de cofres de duas agências bancárias em Frutal, em novembro.
A afirmação é do promotor Leonardo Romanelli, que integra o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e que deflagrou a operação com apoio da Polícia Militar (PM) em Ribeirão, Jardinópolis (SP), Guarulhos (SP) e Mongaguá (SP). Três foram presos, outro alvo já estava detido e um homem é considerado foragido.
“Essa operação envolve integrantes do crime organizado da facção criminosa, envolve também pessoas suspeitas de lavarem dinheiro de grandes assaltos que houve em nossa região no ano passado. Eles são investigados tanto pela lavagem de dinheiro e por integrar a facção, como ainda por uma série de tráfico de drogas”, explicou.
Em nota, o Gaeco informou que os presos tem ligação com o alto escalão da facção, a chamada “sintonia restrita”: eles são suspeitos de adquirir bens em nomes de terceiros e administrar pontos de tráfico em Guarulhos. Sete mandados de busca e apreensão também foram cumpridos durante a operação.
Romanelli afirmou ainda que, durante a investigação, em março deste ano, quatro pessoas também foram presas e 31 quilos de maconha apreendidos em uma casa no bairro Planalto Verde, em Ribeirão Preto. Parte da droga estava sendo embalada e o restante já foi escondido no fundo falso de um veículo, quando a PM chegou ao local.
“Foram apreendidos documentos e pertences. A gente vai examinar agora o que foi coletado, vamos ouvir uma série de pessoas e avançar nessas investigações. Começou em novembro do ano passado, logo após os casos. Elas estão sob sigilo, por isso não podemos revelar nomes e outros dados sensíveis”, disse o promotor.
Operação Serendib
Três foram presos na manhã de quarta (23) em Jardinópolis e Guarulhos durante a Operação Serendib, deflagrada pela PM e Gaeco contra facção criminosa que age no estado de São Paulo. Cinco mandados de prisão foram expedidos pela Justiça e uma pessoa é considerada foragida.
Um dos mandados de busca foi cumprido em uma casa na Rua Antônio Carlucci, no Jardim Califórnia, zona Sul de Ribeirão. Um casal foi preso em outro imóvel em Jardinópolis. Os presos foram levados para a Central de Flagrantes da Polícia Civil.
Crimes
A empresa de transporte de valores foi alvo de uma quadrilha fortemente armada na madrugada de 29 de outubro do ano passado, no bairro Lagoinha, na zona Leste de Ribeirão. O tiroteio entre assaltantes e policiais militares durou cerca de duas horas.
Um suspeito de participar do ataque morreu baleado e outros três foram presos, sendo um deles ferido, encontrado em Serra Azul (SP). De acordo com a PM, o dinheiro não foi levado e nenhum policial militar se feriu na ação.
A quadrilha rendeu o frentista de um posto de combustível vizinho da empresa, que foi mantido refém durante toda a ação. Em seguida, os ladrões iniciaram as detonações, mas não conseguiram acessar o cofre da unidade.
Nove dias depois, um carro-forte foi atacado por uma quadrilha na Rodovia Abrão Assed, próximo a Cajuru (SP). O veículo da Protege foi cercado por dez criminosos armados com fuzis e explodido. Segundo a PM, todos os malotes transportados foram levados pelo grupo.
Na madrugada seguinte, em 8 de novembro de 2018, ladrões trocaram tiros com a Polícia Militar durante tentativa de explosão dos cofres de duas agências bancárias em Frutal. Uma comerciante, de 42 anos, morreu baleada após a casa dela ter sido atacada pelos criminosos, quando já estavam em fuga. Dois assaltantes morreram e outros três foram presos.
Fonte: G1 Ribeirão Preto / Franca