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BR-153 é a terceira que mais mataram no Brasil

BR-153 é a terceira que mais mataram no Brasil

O primeiro fim de semana de férias escolares do meio do ano vai levar às estradas mineiras milhares de motoristas, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Mas na mesma proporção em que cresce a circulação no período reservado por boa parte da população para as folgas em família, deve aumentar também a atenção dos condutores, especialmente em Minas Gerais. A maioria das 10 rodovias que mais registraram mortes no Brasil entre 2007 e 2017 corta o estado, situação que se repete entre as 10 BRs em que mais ocorreram acidentes com vítimas em uma década no Brasil (veja quadro).

Os números de rodovias como a 116, segunda no ranking nacional e campeã de mortes entre as estradas que cortam Minas, 381, 040 e 262 levam em consideração centenas de quilômetros em território mineiro, o que contribui para colocar o estado como líder em números absolutos de mortes e acidentes no país em 10 anos. Foram 12.367 óbitos, média de três vidas perdidas todos os dias de 1º de janeiro de 2007 a 31 de dezembro do ano passado.

Na lista das rodovias com mais mortes e acidentes dos últimos 10 anos no Brasil, com base na pesquisa “Acidentes rodoviários e a infraestrutura”, da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o primeiro posto é ocupado pela BR-101, estrada que corta o país pelo litoral e não tem nem um quilômetro em Minas Gerais. A primeira que passa em território mineiro ocupa o segundo posto no ranking nacional de mortes e acidentes. É a BR-116, que tem 817 quilômetros em Minas e liga os estados do Rio de Janeiro e Bahia.

Em terceiro lugar está a BR-153, temida rodovia que corta o Triângulo Mineiro e se divide em duas realidades. De um lado, um trecho de pista simples ligando o trevo com a BR-365 à divisa com São Paulo. O segundo, do mesmo trevo até a divisa com Goiás, em pista dupla. Logo abaixo estão as BRs 381 (4º lugar) e 040 (5ª posição), que somam mais de 3 mil mortes cada em 10 anos em todo o Brasil e também cortam grandes distâncias dentro de Minas. Só na 381 são 787 quilômetros dentro do estado. Na 040, esse número chega a 811 quilômetros. Entre as 10 mais em termos de mortes e acidentes ainda aparecem a 262, importante via de ligação com o Triângulo Mineiro e com o Espírito Santo, e a BR-364, com percurso menor no Triângulo Mineiro.

A atenção dos motoristas nas férias de julho tem que ser redobrada naquelas viagens que tiverem como percurso pelo menos 30 quilômetros enquadrados pela CNT como trechos extremamente perigosos no estado, distribuídos nas BRs 381 e 040. São três segmentos de 10 quilômetros que aparecem na lista dos 10 trechos mais perigosos de todo o Brasil. Um desses pontos, de pista dupla, que ocupa o quarto lugar na lista do perigo nacional, está na BR-381, em Itatiaiuçu, na região sinuosa da Serra de Igarapé, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Outro ponto que também é de pista dupla e está na Grande BH ocupa o nono posto no ranking nacional. Ele fica numa região extremamente adensada da BR-040, em Contagem. Por fim, o terceiro trecho, esse de pista simples, está na mesma BR-040, porém em Alfredo Vasconcelos, na Região Central do estado.

O inspetor Aristides Júnior, chefe do Núcleo de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Minas, diz que o fato de o estado ser líder de mortes nas rodovias federais nos últimos 10 anos é explicado por Minas concentrar a maior malha rodoviária federal do país, ser um território de transição (passagem para motoristas de outros estados) e também por ter um relevo extremamente acidentado. “Se o motorista der sua parcela de contribuição adotando uma direção mais preventiva e mais defensiva, com certeza a tendência é que o número de acidentes diminua”, afirma o inspetor.

Júnior destaca ainda que o reforço no policiamento na segunda quinzena de julho será pontual em algumas delegacias do estado que concentram a maior parte do movimento. Segundo ele, nos períodos de férias e feriados prolongados, há um aumento de veículos transitando pelas rodovias que acaba aumentando também a possibilidade de ocorrerem acidentes. “Nesses momentos de pico, a atenção, a prudência e o trabalho de prevenção por parte dos motoristas é fundamental. Os condutores devem planejar bem a viagem, planejar bem as ultrapassagens, só realizá-las em locais permitidos e com segurança, respeitar os limites de velocidade e viajar preferencialmente durante o dia”, afirma o inspetor. (Jornal Estado de Minas)

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