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'DEVASTADOR, NÃO CONSEGUI DORMIR', DIZ COMERCIANTE QUE TENTOU RESGATAR INFLUENCIADORA, MAS A VIU SER LEVADA PELA ENXURRADA EM UBERLÂNDIA

'DEVASTADOR, NÃO CONSEGUI DORMIR', DIZ COMERCIANTE QUE TENTOU RESGATAR INFLUENCIADORA, MAS A VIU SER LEVADA PELA ENXURRADA EM UBERLÂNDIA

Cleia da Silva Ponciano é a comerciante que tentou salvar Jhei Soares Martins, influenciadora que morreu afogada após ser arrastada pela enxurrada na madrugada de domingo (24), em Uberlândia.

A tentativa de ajudar Jhei e ao esposo dela foi registrada em um vídeo, que mostra o desespero de Cleia diante da tragédia e também a vontade de acalmá-los.

"Pelo amor de Deus, alguém vem salvar esse casal. Olha aqui pra nós, respira, fiquem calmos, não vem agora", dizia Cleia da janela do seu restaurante.

Jhei morreu em uma das mais importantes avenidas de Uberlândia, a Rondon Pacheco, que alaga há décadas quando a cidade é atingida por fortes chuvas.

Quase sem dormir após presenciar a tragédia, Cleia relembrou os momentos e contou do desespero do casal e dela mesma, que fez de tudo para ajudá-los.

“Foi assustador, devastador, uma cena horrível. A gente queria ajudar, mesmo, estávamos desesperado para ajudar eles. Lembramos da escada, pegamos, sabíamos que a gente tinha pouco tempo para salvá-los”, disse.

Jeniffer tinha 28 anos, era influencer, casada com Wallison Lima e, nas redes sociais, onde se apresentava como Jhei Soares - Provador Fashion, tinha mais de 62 mil seguidores.

Comerciante pedia 'calma, respira'

De acordo com Cleia, o carro do casal bateu em uma árvore. Em seguida, outro veículo, também arrastado pela enxurrada, bateu e subiu no carro deles. Do lado de fora, a comerciante pediu que eles não descessem.

“A gente pedia para eles ficarem dentro do carro, para não descer. Acredito que, quando o carro bateu no deles, eles se desesperaram e abriram a porta. A gente pedia calma, para respirar, lembramos da escada, mas eles foram levados pela água”.

Assim que o nível da água desceu, Cleia contou que ainda saiu de carro em busca do casal pela Avenida Rondon Pacheco.

“Eu só pensava em encontrá-los, e encontrei o pessoal do socorro tentando reanimá-la. Saí de lá abalada. Eu não consegui dormir, dei uns cochilos. Vi uma cena de terrorismo, algo que a gente vê somente em filme”.

Desde 2004, a família de Cleia tem um comércio na Avenida Rondon Pacheco. Segundo ela, de lá para cá, mesmo com as melhorias anunciadas pelo poder público, não houve avanços, e os desastres seguem acontecendo.

“Já gastaram milhões na avenida, mas se eles não ouvirem um pouco a população, não vão sair do lugar. Fica o sentimento de impotência e, nessas situações, temos que falar com Deus, pois a gente sente como se fosse da família".

Fonte: G1 Triângulo Mineiro

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