Vereadores presos durante as duas operações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nesta semana começaram ser liberados do sistema prisional de Uberlândia. Ainda, durante oitivas no Ministério Público Estadual, alguns parlamentares assinaram documento de renúncia.
As informações foram confirmadas ao G1 na manhã desta sexta-feira (20) pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e pela promotoria.
Todos foram detidos por uso irregular de dinheiro público em esquemas que envolviam verbas de gabinetes em gráficas e fraudes em contratos de segurança.
Renúncias e solturas até agora
Na noite dessa quinta-feira (19) foram soltos do Presídio Jacy de Assis os vereadores Roger Dantas (Patriota) e Marcelo Cunha (sem partido). Na manhã desta sexta-feira (20) foi solto Paulo César PC (SD); o advogado enviou posicionamento. Outros 16 parlamentares seguem dentro do presídio.
Em relação às renúncias na Câmara, foram cinco contabilizadas desde o início das investigações do Gaeco.
Roger Dantas renunciou antes de ser solto. Na manhã desta sexta-feira (20), segundo o Gaeco, deixaram o cargo Ricardo Santos (PP), que deve devolver R$ 200 mil aos cofres públicos e Felipe Felps (PSB), que devolver o mesmo valor, dividido entre ele e a gráfica.
No início da semana, a vereadora Dr. Flávia Carvalho (PDT) fez acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), renunciou e foi liberada.
No dia 25 de novembro, o político Ismar Prado, envolvido na Operação “O Poderoso Chefão” também abriu mão do cargo. Ele admitiu ter usado notas fiscais falsas emitidas por uma empresa de fachada para destinar verbas indenizatórias, que não houve a prestação de serviços e que o dinheiro foi desviado.
A parlamentar Dr. Jussara (PSB), depois de colaboração e entrega de documentação ao MPMG, também foi solta na segunda-feira (16) após primeiras oitivas depois da prisão. Ela não renunciou.
O outro lado
A TV Integração tentou contato com as defesas dos vereadores que anunciaram renúncia.
O advogado de Ismar Prado, Clóvis Mesiano Muniz Júnior, disse que só vai ser manifestar nos autos para resguardar os direitos e garantias do cliente.
O advogado da Flávia Carvalho também não nos respondeu, mas em entrevista para a reportagem ela disse que os gastos com verba indenizatória que estavam em desacordo com a legislação foram destinados para campanhas educacionais e de conscientização e jamais em benefício próprio.
A defesa de Felipe Felps disse que no acordo feito, além da renúncia, ficou firmado que ele vai devolver R$ 100 mil em 100 parcelas.
Os advogados de Roger Dantas e de Ricardo Santos não nos responderam.
Fonte: G1 / Triângulo Mineiro