Contas bancárias, 11 imóveis e 26 veículos de suspeitos presos durante a operação “Praga” foram bloqueados nesta quarta-feira (6). A medida foi adotada por segurança para garantir a indenização às vítimas da organização criminosa especializada em roubos e furtos de maquinários e insumos agrícolas, que atuava em Uberlândia, Centralina, Rio Paranaíba e em outros 2 estados.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ao menos 24 delitos foram praticados por eles, gerando prejuízo de cerca de R$ 5 milhões. A investigação durou cerca de 18 meses e foi dificultada pela grande articulação do grupo.
"Ao chegar no local do crime, eles desligavam os celulares e após a prática criminosa, voltavam a ligar os aparelhos. Havia um refinamento na atuação deles, tinham uma facilidade impressionante em colocar um trator no caminhão em poucos minutos. Eles demonstravam ter bastante conhecimento daquilo que eles faziam", disse o coordenador do Gaeco de Patos de Minas, Cléber Couto.
A operação
A Operação “Praga” investiga uma organização criminosa especializada em crimes na zona rural. Ao todo, 16 mandados de prisão e 32 de busca e apreensão foram cumpridos.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, a especialidade da organização investigada é o roubo majorado e furto qualificado de tratores e implementos agrícolas. Ao menos 24 delitos foram praticados por eles.
Em Minas Gerais, foram cumpridos 12 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão. Em Goiás, foram 4 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão, nos municípios de Bom Jesus de Goiás, Santa Helena de Goiás, Santo Antônio da Barra e Goiatuba. Já no estado de São Paulo, são 2 mandados de busca e apreensão em Guaíra.
A Operação “Praga” teve apoio do Gaeco de São Paulo, de Goiás, de Uberlândia e de Patos de Minas, além das polícias Civil e Militar.
Organização do grupo
Ainda segundo o Gaeco, somente em Minas Gerais, os criminosos causaram um prejuízo de, pelo menos, R$ 5 milhões. No período de investigação, foram constatados 24 crimes cometidos pelo grupo na região.
Há registro de atuação do grupo em Uberlândia, Uberaba, Araguari, Patrocínio, Coromandel, Nova Ponte, Indianópolis, Ibiá, Conceição das Alagoas, Tupaciguara, Perdizes, Pedrinópolis e Sacramento.
"Nós temos indícios atuais de pessoas que encomendavam esses objetos. Tecnicamente, não devemos qualifica-los como receptadores, pois eles participavam do crime desde o início. Eles concorriam ao crime de furto e roubo porque eles os encomendavam", definiu o promotor Cléber Couto.
De acordo com o delegado-chefe da Polícia Civil, Marcos Tadeu, os investigados eram organizados para desenvolver a ação criminosa. A atuação era dividida em vários passos, que vão desde a identificação das propriedades rurais, até a venda do material roubado.
"Eles estudavam o alvo, colocavam informantes naquela propriedade rural, estudavam como era a rotina e, dentro do princípio da oportunidade, eles atuavam.
Assim que era feita a ação criminosa e em todos os eventos de furtos e roubos na zona rural que nós tivemos", detalhou.
Ainda conforme Tadeu, após essa primeira parte do processo, eles de fato agiam. "Eles preparavam o roubo, quando chegavam armados, rendiam a família, empregados, subtraiam com violência e ameaçava, esses bens, sejam tratores ou defensivos agrícolas. Eles embarcavam isso em caminhões contratados para tal, tinham pessoas responsáveis por fazer essa translado até o consumidor final".
Denúncias na zona rural
O comandante da PM em Patos de Minas, André Coli, também explicou que as investigações no Alto Paranaíba tiveram início após um aumento no número de denúncias dos produtores rurais da região.
"As investigações surgiram em razão do aumento de delitos contra produtores rurais, onde subtraiam maquinário de alto valor. Recuperamos maquinário, arma de fogo, munição", completou.
Ainda durante a ação, foram apreendidos 1 trator com sinais de adulteração, em Goiás; 10 rádios de comunicação, 36 munições e 4 armas de fogo.
Segundo o promotor Cleber Couto, a previsão é que a investigação continue e outros envolvidos na organização criminosa para identificar outros envolvidos.
"Nos próximos dias o Ministério Público oferecerá denúncias em razão da prática desses 24 delitos de furto e roubo".
Fonte: g1