Uma postagem do vereador de São José do Rio Preto (SP) Anderson Branco (PL) gerou repercussão nas redes sociais.
A publicação conta com o desenho de uma mão, que seria a de Deus, puxando outra com as cores do arco-íris, que remetem à bandeira da comunidade LGBTQIA+, que estava em direção à imagem de uma família. Ao lado, há a frase "na minha família, não".
Na legenda da postagem feita na terça-feira (20), ele escreveu: “Nossa família está nas mãos de Deus. Nossos filhos são herança do Senhor.”
Nos comentários, internautas criticaram o posicionamento do vereador. "Sou cristã e pessoas como você não me representam. Usar um salmo tão lindo para ser homofóbico. Inadmissível", escreveu uma pessoa.
"Crime de homofobia e racismo. E profanação do nome de Deus aliando-o a essa postagem. Criminoso também quem está dizendo amém a isso", disse outra.
Gabriela Carolina dos Santos Pinto, coordenadora municipal da Aliança LGBTI+, disse que a postagem é um evidente caso de LGBTIfobia.
"Não pode se falar em liberdade de expressão justamente pelo fato de que ele está incitando e praticando um ato discriminatório em relação a um grupo social que já é estruturalmente e historicamente oprimido. Tecnicamente, é um caso de LGBTIfobia e deve ser criminalizado nos termos do artigo 20 da Lei de Racismo. Pretendemos formalizar uma denúncia perante o Conselho de Ética da Câmara Municipal de Vereadores e formular uma representação no Ministério Público para fazer com que a denúncia seja instaurada e, no futuro, se transforme em ação penal contra o então vereador."
Anderson Branco disse que não vai comentar o caso, mas afirmou que a postagem foi feita em defesa às crianças.
O presidente da Câmara, Pedro Roberto (Patriota), disse que as pessoas têm live-arbítrio e, portanto, responde pelos seus atos. Afirmou também que cabe o respeito à liberdade de expressão, ainda que contrarie os nossos princípios e visão de vida.
Em nota, a A Secretaria Municipal dos Direitos e Políticas para Mulheres, Pessoa com Deficiência, Raça e Etnia afirmou que repudia qualquer postagem em redes e mídias sociais que discriminem a diversidade sexual e a população negra.
"Acreditamos em direitos humanos a todas as pessoas sendo o objetivo principal do trabalho dessa pasta atender pessoas que tem seus direitos violados, sofrendo discriminações, injúria e racismo", afirmou na nota.
Paulo Pauléra (PP), presidente do Conselho de Ética da Câmara, disse que vai aguardar as representações dos grupos LGBTQIA+ para se manifestar.
Fonte: G1